Por: Maria do Livramento de Freitas Nascimento, Mestranda em Ciências da Educação (Facsidro)
O presente artigo de pesquisa objetiva elaborar uma proposta que tem como alvo o despreparo dos profissionais da educação, os conflitos infantis, em suas curiosidades, e a repulsa social sobre a Educação Sexual no ambiente escolar, que, embora seja repleto de adversidades sobre as questões sexuais, é constituído de diversos relacionamentos diretamente ligados à sexualidade humana.
Sabe-se que o bom desenvolvimento da sexualidade traz as relações comuns para o bom desenvolvimento cognitivo das crianças e de grande importância para a identidade, que ela estará construindo de si própria, a partir dos meios de interação social possibilitados pela instituição escolar, o que ocasionará também o educar adequado para o exercício da sexualidade. No entanto, a escola mostra-se frágil no desenvolvimento desta temática por não saber, ainda, como, quando e o porquê de trabalhar a Educação Sexual nos anos iniciais do ensino fundamental.
Como conscientizar todos sobre os benefícios que esta possibilitará ao saudável desenvolvimento das crianças, seja pelos tabus impostos pela sociedade em geral ou pela própria família, que não cumpre o seu papel antes da inserção escolar das crianças ou pelas mistificações e descomprometimentos para com uma Educação que não se resuma aos encontros semestrais e a teorias constitucionais, mas a aulas regulares que previnam, conscientizem, desmistifiquem, informem, socializem e, acima de tudo, supram as necessidades relacionais entre família/escola e professor/aluno apresentadas pelas crianças no processo de desenvolvimento infantil.
É na escola que as crianças apresentam, através de atos involuntários ou não, situação de excitação, autoerotismo, imitação de jogos sexuais, desenhos, gestos e palavras consideradas obscenas, dentre outras sensações afetivo-sexuais próprias à sua fase de desenvolvimento, mas que, muitas vezes, tornam-se impróprias. Pois provém de atitudes equivocadas do seu convívio social e familiar.
A Educação Sexual deve ser entendida como formadora da vida social adulta, devendo ser iniciada ainda na infância. Será impossível a muitas crianças obter uma formação profissional se antes mesmo de conquistarem o que poderiam planejar para o futuro são submetidas ao brusco rompimento da pré-adolescência.
Não dá para esperar a adolescência para se falar de sexo, já que aos treze anos este assunto não despertará mais tanto interesse quanto aos nove ou dez anos de idade. Ao ser educada, corretamente, a criança não virá produzir argumentos com a inocência de não ter sido preparada ou informada, mas, consciente das oportunidades que não lhe foram negadas, poderá assumir seus atos com corresponsabilidade, certeza e com mais maturidade do que a que é permitida à sua fase ou faixa etária.
Invadida por questões de sexualidade, a escola, assim como a família, ainda sente dificuldades em reconhecer e, principalmente, em trabalhar as questões sexuais detectadas no cotidiano das crianças, em suas relações sociais, que muitas vezes são ignoradas e/ou repreendidas de modo errado pelos professores e, em muitos casos, também pelos pais, provocando, assim, uma relação de desconfiança entre professor e aluno. Mas, ao considerar a primordialidade do saber sexual, faz-se necessária a eficácia deste, desde cedo, e não de forma prematura, mas no mínimo educativa e preventiva, para que tenhamos consciência de onde viemos, como somos e como nos desenvolvemos sexualmente através da conscientização e formação científica dos educadores, para que tenham segurança e compatibilidade em seus discursos.
Da parceria entre pais e escola conscientes da Educação Sexual enquanto desenvolvimento saudável para as crianças partindo de um projeto curricular sério e de atividades ilustrativas, dinâmicas, interativas e informativas sobre as realidades, consequências, respeito e vivências sexuais características da infância e do desenvolvimento humano, para que as crianças se tornem adolescentes e adultos maduros e bem mais informados no que diz respeito aos assuntos sexuais.
Caso contrário, as crianças, não se sentirão “saciadas” pela informação lhes transmitida na escola, que muitas vezes não condiz em aspecto nenhum com as vivencias amorosas, afetivas e sexuais já absolvidas no intelecto das mesmas através de imagens televisivas e outros meios de demonstração destas informações.
Não sendo assim, considera-se que tais equívocos são provocados pelo tabu social atribuído à Educação Sexual das crianças ao relacionar equivocadamente o ato sexual reprodutivo com atributos envolventes à sexualidade.
Para a realização deste estudo, foi realizada uma pesquisa cujo material coletado foi analisado à luz de: Pinto, Meira, Lopes, Souza, Freud, Delval, Nunes e Silva, dentre outros, para que seja obtido um grau informacional e científico, sobre a sexualidade, superior ao já existente na consciência e intelecto dos profissionais da educação, dos pais e dos educandos. A seguir, serão apresentados os aspectos históricos da sexualidade humana como devem ser aplicados às aulas de Educação Sexual no currículo escolar e as conclusões políticas e sociais sobre as dificuldades e benefícios decorrentes deste ensino. Com informações Revista Mundo Jovem/ Foto: Mundo educação uol