Maranhão tem dez cidades em situação de extrema pobreza, diz IBGE

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informam que o Maranhão possui 10 municípios no ranking de cidades em situação de extrema pobreza. Em cada uma das localidades, mais da metade da população é assistida por políticas públicas de auxílio econômico.

Na listagem, os seguintes municípios: Matões do Norte, Santo Amaro do Maranhão, Central do Maranhão, Primeira Cruz, Itaipava do Grajaú, Cajapió, Nina Rodrigues, Peri Mirim, Satubinha e Cajari. O Produto Interno Bruto (PIB), em cada uma destas cidades, corresponde à categorização de extrema pobreza definida pelo IBGE.

Como reflexo dos números do PIB, a oferta de bens e serviços produzidos em cada uma das localidades é inferior às condições necessárias para a garantia de bem-estar socioeconômico da população. Problemas como a precariedade do saneamento básico, a falta de infraestrutura urbana adequada e a baixa oferta de empregos contribuem para um cenário de dificuldades.

Em Imperatriz, a 632 km de São Luís, o casal de idosos, José e Maria de Jesus, queixam-se de problemas de moradia e alimentação. Um benefício, concedido pelo governo, possibilita que os dois realizem refeições e paguem as contas de luz e água. As outras despesas do mês são viabilizadas a partir de doações.

José afirma que a renda reduzida e as dificuldades para arranjar emprego comprometem a possibilidade do casal viver em melhores condições.

“Não posso trabalhar. Cuido dela, que é doente [com mobilidade reduzida, em decorrência de um AVC], há seis anos. E o que tem é desse jeito aqui que a gente vive. Não tenho dinheiro para fazer a minha barraquinha, não tem. Então, do jeito que Deus permitir, nós leva a vida”, concluiu.

De acordo com o levantamento do IBGE, as regiões Norte e Nordeste apresentam o maior avanço da pobreza, desde 2021. Só a região Nordeste concentra mais da metade das pessoas em extrema pobreza, no Brasil.

A formulação de políticas públicas, além de políticas socioeducacionais, propiciam melhoras a médio e longo prazo nos indicadores de desenvolvimento humano de localidades com níveis significativos de pobreza.

O sociólogo Marcos Madjel, em entrevista à TV Mirante, reforçou a importância de medidas governamentais na área da educação. Segundo o especialista, trata-se de um dos recursos mais eficazes para proporcionar alterações no cenário de dificuldades costumeiramente alegadas por moradores de municípios em extrema pobreza.

“A maioria dessas pessoas, senão todas essas pessoas que estão em estado de extrema pobreza, elas são semianalfabetas ou analfabetas. Então, elas precisam de uma educação de qualidade. Essa educação de qualidade faz com que elas se percebam, enquanto indivíduos, pertencentes à sociedade. A partir desse momento que essas pessoas se percebem enquanto indivíduos, elas vão começar a trilhar esse caminho de emancipação”, finalizou.

Critérios

Pelos critérios do Banco Mundial, são consideradas extremamente pobres as famílias que dispõem de menos de US$ 1,90 por dia para viver, valor que correspondia, em 2021, a uma renda per capita mensal de R$ 168.

Já as famílias classificadas como pobres são aquelas que têm menos de US$ 5,50 por dia para garantir a sobrevivência de todos que vivem no mesmo domicílio, o que equivalia a uma renda mensal per capita de R$ 486. Com informações do G1MA

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