Cenário: quarto do padre Brandt e Silva
Na mão direita, um cartaz que fiz em homenagem à sua atuação como pároco em Arari e premiado no Festival Vocacional da Diocese de Coroatá em 1991.
Na mão esquerda, meus óculos de grau que ele pediu que eu retirasse para que ele, mesmo com as mãos já trêmulas da idade avançada, pudesse fotografar com sua Canon profissional e evitasse o reflexo do flash nas lentes.
Ao fundo, o retrato de uma vida simples: a fotografia antiga de um tio de quem ele falava com tanto orgulho e amor e que o ajudou muito em sua época de seminarista em São Luís, um quadro réplica da Santa Ceia, uma maleta e alguns objetos sobre uma cômoda com suas gavetas parcialmente desgastados pelo tempo, além de umas peças de roupas penduradas na porta… Objetos esses que hoje compõem o acervo do seu memorial …
Nesse mesmo dia, ele me propôs o maior desafio da minha vida, até então: me convidou para ser professor de francês do Colégio Arariense. Ele, educador poliglota e intelectual, demonstrou acreditar em mim, mesmo zoando sutilmente com aquele discreto sorriso de canto de boca do meu francês rudimentar nos diálogos que tínhamos de vez em quando naquela língua. E assim, ele me abriu as portas para a carreira na docência.
Um dia me perguntaram qual a pessoa mais influente em minha formação. Não tenho dúvidas de que o padre Clodomir está entre as 5 mais influentes em minha história de vida.
Não apenas pela influência que recebi no exercício de minhas atividades como estudante e professor do Colégio Arariense, mas principalmente como paroquiano ativo que teve o privilégio usufruir de certa intimidade dialógica, de trocar ideias, discutir alguns assuntos polêmicos da época, de conversar com ele sobre seus livros e publicações, de ouvir seus conselhos de perto, de aprender de perto, de receber orientações e indicações literárias, de planejar e exercer com ele algumas atividades pastorais na Paróquia Nossa Senhora da Graça e Associação da Doutrina Cristã (ADC).
Diz-se que a eternidade de um homem se mede na sua presença imortal visível nas suas obras e seus feitos. Assim, o padre Brandt continua vivo e presente em Arari, nas marcas indeléveis do legado histórico de suas obras físicas e, principalmente, no patrimônio imaterial da educação e formação do seu povo.
Por Alex Corrêa
Cmo rosto tímido e “assustado” de um garoto de 16 anos que traduzia um respeito absoluto diante do fotógrafo.
Cenário: quarto do padre Brandt e Silva
Na mão direita, um cartaz que fiz em homenagem à sua atuação como pároco em Arari e premiado no Festival Vocacional da Diocese de Coroatá em 1991.
Na mão esquerda, meus óculos de grau que ele pediu que eu retirasse para que ele, mesmo com as mãos já trêmulas da idade avançada, pudesse fotografar com sua Canon profissional e evitasse o reflexo do flash nas lentes.
Ao fundo, o retrato de uma vida simples: a fotografia antiga de um tio de quem ele falava com tanto orgulho e amor e que o ajudou muito em sua época de seminarista em São Luís, um quadro réplica da Santa Ceia, uma maleta e alguns objetos sobre uma cômoda com suas gavetas parcialmente desgastados pelo tempo, além de umas peças de roupas penduradas na porta… Objetos esses que hoje compõem o acervo do seu memorial …
Nesse mesmo dia, ele me propôs o maior desafio da minha vida, até então: me convidou para ser professor de francês do Colégio Arariense. Ele, educador poliglota e intelectual, demonstrou acreditar em mim, mesmo zoando sutilmente com aquele discreto sorriso de canto de boca do meu francês rudimentar nos diálogos que tínhamos de vez em quando naquela língua. E assim, ele me abriu as portas para a carreira na docência.
Um dia me perguntaram qual a pessoa mais influente em minha formação. Não tenho dúvidas de que o padre Clodomir está entre as 5 mais influentes em minha história de vida.
Não apenas pela influência que recebi no exercício de minhas atividades como estudante e professor do Colégio Arariense, mas principalmente como paroquiano ativo que teve o privilégio usufruir de certa intimidade dialógica, de trocar ideias, discutir alguns assuntos polêmicos da época, de conversar com ele sobre seus livros e publicações, de ouvir seus conselhos de perto, de aprender de perto, de receber orientações e indicações literárias, de planejar e exercer com ele algumas atividades pastorais na Paróquia Nossa Senhora da Graça e Associação da Doutrina Cristã (ADC).
Diz-se que a eternidade de um homem se mede na sua presença imortal visível nas suas obras e seus feitos. Assim, o padre Brandt continua vivo e presente em Arari, nas marcas indeléveis do legado histórico de suas obras físicas e, principalmente, no patrimônio imaterial da educação e formação do seu povo.