Mesmo sabendo que poderíamos não estar onde estamos hoje, estamos passando pela
destruição dos direitos adquiridos com tanta luta, não podemos retroceder nos avanços sociais onde os pobres pela primeira vez foram os mais beneficiados, por isso estamos submetidos ao interesse dos ricos gananciosos, pessoa física e jurídica, que compram tudo e todos, elegem e controlam para se manterem nas benesses do capital.
Se não tivéssemos permitido calar a voz do voto nas urnas e da decisão soberana do povo brasileiro, se não tivéssemos alimentado o ódio e o preconceito, se não tivéssemos nos iludido que a corrupção generalizada era atribuída a um único partido e governança, se tivéssemos corrigido os erros e dado mais apoio aos movimentos sociais; certamente onde estamos hoje não seria nosso lugar e nossos medos e pressa pra ver se junta ao menos uma parte do ‘caldo derramado’, não teria lugar de ser.
Mesmo assim, sem muita convicção de que o rolo compressor não continue deslizando sobre os mais pobres e vulneráveis, apoio todas as manifestações dos nossos diocesanos que retornam às ruas para se juntar a milhares de brasileiros neste dia 28 de abril. Peço a todos os párocos e reitor que incentivem os funcionários e funcionárias das paróquias, seminário e bispado a participarem desde Dia pelo Brasil e seus pobres.
“Dia a essa raposa que vou continuar anunciando o Reino”. Em Jesus Cristo, libertador do pecado e da morte pela sua morte e ressurreição,
Dom Sebastião Lima Duarte
Bispo de Viana
Fonte: Folha de São João Batista, com adaptações