Índios Awa Guajá da região do São João do Caru, a 245 km de São Luís, estão sendo vítimas de novas invasões de terra por parte de fazendeiros e posseiros. As informações são da Frente de Proteção Étnico-Ambiental Awa, ligada a Fundação Nacional do Índio (Funai). Atualmente, os fazendeiros não moram na área pertencente aos índios, mas fazem uso da terra derrubando árvores e colocando gado para pastar na região.
De acordo com o coordenador da Frente de Proteção, Bruno de Lima, os mesmos fazendeiros já haviam sido retirados das terras dos índios em 2014 após uma decisão judicial, mas agora estariam retornando. Na época, a Justiça determinou a saída dos fazendeiros da área com um projeto de assentamento pelo Incra na região da cidade de Parnarama, no leste do Maranhão.
No entanto, segundo a própria Frente de Proteção Awa, os fazendeiros estariam insatisfeitos porque os reassentamentos não estariam sendo cumpridos para uma parte das famílias e causando o retorno deles às terras indígenas. A Medida Provisória de Jair Bolsonaro que tirou da Funai a demarcação de terras indígenas também estaria reforçando as invasões.
“No contexto da MP 870 que coloca para a Agricultura a demarcação de terras, na semana passada, tivemos informações de que um carro de som estaria convocando pessoas a uma reunião. Eles [fazendeiros] fizeram essa reunião neste domingo (13) no povoado Maguary, com infomações de que de uma possível invasão na área. Mas não houve nada até agora. O que nós tivemos informações é que eles vão fazer um documento e enviar ao Ministério para fazer uma revisão da demarcação e retornar à área”, declarou Bruno de Lima.
Os Awá Guajá são definidos pela Funai como “de recente contato”, prova disso é que a maioria só fala a língua nativa, o ‘Awa Guajá’. O G1 também entrou em contato com o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), que disse considerar inadmissível os fazendeiros passarem por cima de uma decisão transitada e julgada.
Com informações do G1MA
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