Por João Batalha
Nesta data de oito de janeiro, em 1865, decorridos 156 anos, é instalado o município de Arari, com a posse dos seus primeiros vereadores e do presidente da Câmara. Coube ao Presidente da Câmara Municipal de Vitória do Mearim, Lourenço Rodrigues Chaves, instalar o município e dar posse aos eleitos. Data em que o Arari passa a ter, efetivamente, emancipação e vida político-administrativa com a instalação de sua Câmara, posse de seus vereadores e investidura do seu primeiro mandatário, José Antônio Fernandes. A posse que seria dia sete, conforme o calendário estabelecido, fora, no entanto, adiada pelo presidente da Província do Maranhão, Ambrósio Leitão da Cunha, para a domingueira imediata, ou seja: dia oito de janeiro de 1865, isto porque caberia ao novo presidente da Câmara Municipal da Vila do Mearim, empossado no dia anterior, dar posse à Câmara de Arari. Os demais vereadores empossados na primeira legislatura de Arari, no dia oito de janeiro de 1865, foram Pedro Nunes Cutrim, João Joaquim Pereira, Lino José Tiago de Melo, Joaquim Duarte Fernandes, Raimundo Hermenegildo de Sena e José Nicolau Pereira, eleitos em pleito realizado no dia 7 de setembro de 1864, presidido Juiz de Paz João Joaquim Pereira.
Dia nove de janeiro, o senhor José Antônio Fernandes encaminha comunicado ao presidente da província dando conta de haver tomado posse e instalado a alcaidaria em uma sala de sua residência devido não haver outro local disponível na vila. José Antônio Fernandes já havia passado pela alcaidaria do Mearim, na condição de presidente da Câmara daquela Vila entre os anos de 1857 a 1861.
No mesmo ano de 1865 foi concedida permissão às professoras de 1ª letras, D. Hemirene Joaquina Maciel e D. Maria Laura Rabello a fazerem a permuta das respectivas cadeiras, a primeira do Mearim para o Arari e a segunda desta para aquela. Nessa época, a vila do Arari só tinha uma rua, à beira-rio, chamada de Rua Grande. Antes, fora conhecida por Rua da Riba, e, atualmente, Rua José da Cunha D´Eça. A emancipação do
Arari abalou as estruturas de caixa da Câmara do Mearim o que ensejou reclamações de suas autoridades, principalmente por parte de Manuel Lourenço Bogéa, arariense que por ser dirigente da Vila do Mearim se opôs à criação do município arariense.
*João Francisco Batalha é escritor e historiador arariense. Membro da Academia Arariense de Letras, Artes e Ciências – ALAC e do Instituto Histórico de Geográfico de Arari – IHGA.