Comunidades ararienses buscam liberdade contra os grandes latifundiários de Arari

Movimento em frente ao Fórum Clodomir Brandt e Silva

Reunidos nesta tarde (26), na sede do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Arari, o movimento de Fóruns e Rede de Cidadania, trabalho que o movimento percorre todo o Estado do Maranhão. Estiveram presentes na reunião ou audiência pública conforme foi denominado pelos seus integrantes, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Arari, José Benedito Gomes, o advogado  Dr. Iriomar Texeira, Conceição Costa Coordenadora local do movimento, os vereadores Tácito  Lima e irmão Oseias.

Assembléia

Estavam presentes também as seguintes comunidades: Flexeiras,  Passa Bem, Capim Açú, Rabela, Estiva, Ilhota I, Cedro, Taboa, Igarapé do Arari e Felix. Estas comunidades falaram de situações que está acontecendo onde eles residem. Foram inúmeros relatos que não publicaremos aqui, mas reproduziremos alguns depoimentos feitos pelos seus representantes participativos na audiência. O movimento saiu do sindicato, fez uma parada em frente ao Fórum Padre Clodomir Brandt e Silva, onde foi protocolada uma contestação contra uma ação liminar dada pelo Juiz de Arari Dr. Emilio Júnior. Em seguida fizeram uma caminhada pela principal via da cidade encerrando na Praça do Folclore.

Lideres das comunidades

“Estamos buscando o resgate do respeito pelos nossos campos públicos  inundáveis como em toda baixada maranhense e Arari estava fora. Por conta da nossa luta juntamente com Fóruns e rede de defesa cidadania e o conselho de meio ambiente conseguimos inserir Arari dentro dessa política de campos livres. Essa audiência também tem um significado, pois estamos respondendo uma ação  que nos foi imposta, proibindo as comunidades que estão na quarta ou quinta geração de frequentar os campos inundáveis em virtude de uma decisão liminar do judiciário local. As comunidades estão organizadas  para dizer e protestar sobre essa liminar da justiça”. Disse a coordenadora local do movimento Conceição Costa.

“Estamos celebrando um legado nosso, pois, os campos naturais não pertencem a nenhum pecuarista. Desde 2012, que estamos nessa luta. Nós não podemos deixar que esses bubalinos invadam nossos campos, que é de onde tiramos nosso sustento. Esse animal  é um destruidor da flora e da fauna e não podemos conviver com essa animal em hipótese alguma”. Falou o senhor João Leite da comunidade de Juncal II

Luzenilde Martins Fernandes, da comunidade de Passa Bem frisou:  “ O nosso sofrimento é pela área que está toda cercada e não temos mais espaço para trabalhar e muitos menos campos para pescar. As terras estão todas cercadas. Queremos as terras e campos livres do arame, imposta por um latifundiário”.

Dr. Iriomar Texeira disse que é preciso que as comunidades tenham forças para superar os obstáculos. E continua dizendo: “Nós não estamos aqui para negociar com eles. Estamos aqui para enfrentá-los até vencer. Esse é o nosso compromisso”.

Deliberações aprovadas em assembleia;

I- Cercas elétricas nos campos de Arari  tem que ser retirada; os participantes aprovaram a retirada;

II- Retirada dos bubalinos dos campos de Arari;

III- É de consenso que encaminhe um documento a todas as autoridades do município de Arari onde as mesma  tomem conhecimento do trabalho;

IV- Vamos manter a organização em Arari fortalecendo as comunidades de mãos unidas.

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