Estudo da Rede Ebserh, realizado pelo Hospital Universitário da Universidade Federal do Maranhão (HU-UFMA), o Estado foi apontado como o líder mundial em câncer de pênis, em 2018. Em 2020, a situação continua como uma das grandes questões de saúde pública no Maranhão.
Pesquisa publicada na revista Scientific Reports, uma das mais conceituadas internacionalmente, o artigo “Profile of patients with penile cancer in the region with the highest worldwide incidence”, aponta novamente como alta a taxa de incidência da doença em todo o Estado.
Segundo o estudo, 75% dos pacientes são do interior e 25% são da capital São Luís. As pessoas acometidas são, em geral, de baixíssima condição econômica, pouca escolaridade e com difícil acesso a saúde.
O percentual significativo é de homens em idade reprodutiva e grande parte dos casos, 62%, é ocasionada por HPV. Outra causas associadas à doença é a falta de higiene íntima e o acometimento por fimose não tratada adequadamente.
Como consequência, em 96% dos casos de câncer de pênis o tratamento é a retirada do órgão, devido ao grande período de intervalo entre o primeiro sinal da doença e o início do tratamento. Em boa parte dos casos, esse intervalo chega a mais de 1 anos e 6 meses.
“A solução passa por hábitos mais saudáveis de higiene corporal, vacina e cirurgia de fimose. Campanhas de prevenção nesse sentido também são de grande importância”. É o que alerta Gyl Eanes Barros Silva, patologista renal e chefe do laboratório de Imunodeficiência e Microscopia Eletrônica (LIME) do HU-UFMA, em São Luís.
Sobre a doença
Informações do HU-UFMA dão conta de que o câncer de pênis é uma neoplasia rara nos países desenvolvidos. No entanto, a incidência nos países em desenvolvimento da Ásia, África e América Latina é alta, sendo responsável por até 10% das neoplasias malignas em homens.
No Brasil, a condição pode responder por 2,1% de todas as neoplasias em homens e afeta principalmente os habitantes das regiões Norte e Nordeste. Entre os fatores de risco conhecidos para o desenvolvimento do câncer de pênis, a falta de higiene, fimose, infecção pelo papilomavírus humano (HPV), uso de tabaco e comportamento sexual de risco são os mais destacados.
Informações: Imirante, HU-UFMA, A1 e O Estado do MA. Imagem de capa:medicinadohomem
