Aos 31 anos de idade, H. S, homem que prefere não se identificar, foi pela primeira vez ao consultório de um médico urologista. Morador da cidade de Tufilândia, interior do Maranhão, distante cerca de 300 km da capital, São Luís. Aquela até que poderia ser uma consulta de rotina, mas era uma emergência grave.
“Ele chegou pálido e falou que estava com feridas na região do pênis há vários meses. No relato, contou que já tinha tentado passar até mesmo substâncias químicas corrosivas, como misturas com soda cáustica, para acabar com a ferida, mas a situação só piorou, claro. O que começou como uma ferida tratável virou um tumor que tomou conta do pênis do paciente. Infelizmente, tivemos que retirar o pênis para evitar que o câncer se espalhasse pelo organismo”, revela o uro oncologista Elimilson Brandão, que atendeu ao paciente em um hospital público de São Luís.
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), em média, mil homens têm o pênis amputado por ano no Brasil. Além das mutilações do membro, o câncer de pênis mata mais rápido quero câncer de próstata, por exemplo, e, curiosamente, é o mais fácil de ser evitado: para prevenir, basta limpeza regular e frequente com água e sabão.
Embora não haja uma estatística oficial do Ministério da Saúde, diversos estudos realizados por profissionais da área apontam que a doença, geralmente associada à pobreza e à falta de informação, tem maior incidência nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, com destaque para o Maranhão.
O estado concentra a maior quantidade proporcional de casos de câncer de pênis no Brasil e no mundo, de acordo com o Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (Iarc). No Maranhão, são 6.1 casos por cada 100 mil habitantes.
“Temos visto que os pacientes chegam aos hospitais para buscar socorro médico com anos e anos de sintomas. Nesses casos, cerca de 90% evoluem para o óbito”, afirma o médico Elimilson Brandão.
Sinais do câncer de pênis
É preciso ficar atento a alguns sintomas e sinais, como por exemplo:
- Pele do pênis com alteração de cor ou mais espessa
- presença de nódulo, ferida ou úlcera
- protuberâncias avermelhadas e aveludadas
- secreção persistente
- pequenos edemas sólidos.
Tratamento
O principal fator e também o mais importante é consultar um médico especialista, apenas ele tem o poder de realizar os exames específicos, identificar e iniciar o tratamento do câncer de pênis.
“Jamais inicie qualquer tratamento sem a avaliação do urologista! Tem muita informação na internet, mas somente o diagnóstico clínico com análise dos exames pode indicar o protocolo mais adequado para o tratamento”, recomenda o urologista Elimilson Brandão.
Com informações oimparcial