Por Nilson Ericeira
Os valores da escola ultrapassam o desejo pessoal ou ideológico individual do governante.
A escola deve exercer o seu papel fundamental do saber formal. Mas sabemos que esta instituição vai muito além dessas premissas ou garantias, embora o seu fundamento precípuo o de formar cidadãos para o convívio social, para o exercício do trabalho e para a cidadania nos diversos níveis e modalidades, respeitando sempre as diferenças e, ainda, disseminando valores.
Entendo irrelevante uma outra voz, mesmo que seja a de ‘autoridades’, em querer traçar os caminhos da escola, pois esta já exerce o seu fundamento legal. A não ser que queiramos sepultar preceitos constitucionais, a LDB (Lei 9394/96), e outras leis espaças. Não vejo como regra o estabelecimento de Partido ‘A, B, ou C’ em que deva seguir, mas enxergo a formação ideológica de valores, até por que seus atores não são neutros, pois trazem uma carga de concepções ideológicas formadas ao longo de suas vidas. Querer rotular ou mesmo tornar uma instituição estanque é no mínimo ter passado por ela e não se ter percebido e não ter entendido a dimensão dela.
A escola é um espaço divisão, multiplicação, divergências de ideias e valores e, também, da produção de saberes, mas nunca se adequará à qualquer ditadura, mesmo que seja travestida de populismo com ensaios midiáticos e de chavões. Dessa forma, eu imagino que há muito mais o que se pensar para a escola que pretender engessá-la numa só concepção, mesmo que seja para à esquerda, à direita ou ao centro. Na escola não cabe receitas prontas e de percepção autoritárias. Pois, se isto vier à voga, aumentaremos os conflitos dentro de uma instituição que se quer viva e livre para tantos voos quantos forem necessários para que alcancemos liberdade por meio das letras. Salvo engano, uma sociedade se torna livre, próspera, menos violenta e mais justa pelas asas da escola.
Mas o que vem a ser autonomia? Tão propalada e pouco exercida e que aos trancos e barrancos resiste junto com seu corpo formador todo tipo de violência! Pare, pois não me permito ser a voz dos outros, pois eu sou a ressonância da sociedade.