Saúde: jovens brasileiros usa cigarros eletrônicos, proibidos no país

Enquanto são quase 20% das pessoas entre 18 e 24 anos, índice é de 7% na população em geral, mostra pesquisa. Segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia, o dispositivo traz riscos maiores à saúde que o cigarro tradicional.

Uma pesquisa revelou que 20% dos jovens estão usando cigarros eletrônicos, mesmo sendo proibidos no Brasil.

Vista de perto, é uma fumaça branca e densa. Os cheiros e sabores do cigarro eletrônico costumam atrair os jovens.

 É fácil encontrar jovem fumando , mesmo sendo proibidas, desde 2009, a venda, a importação e a propaganda desse tipo de cigarro no Brasil.

Entre os jovens de 18 a 24 anos, um em cada cinco – quase 20% – consome cigarro eletrônico – revela uma pesquisa feita pela Universidade Federal de Pelotas e pela Organização Global de Saúde Pública. Na população em geral, esse índice é bem menor, 7%.

“O dado de 7,3% de algum uso na vida de cigarro eletrônico é bem alarmante, ainda mais que a gente observa a diminuição das prevalências de tabagismo por cigarro convencional”, afirma Fernando César Wehrmeister, doutor em epidemiologia e professor associado da UFPel.

Existem vários formatos e tamanhos de cigarro eletrônico, que funciona como um dispositivo que costuma ser acionado por bateria para esquentar um líquido, geralmente com nicotina, que vicia, aromatizantes e outros produtos químicos. Essas substâncias formam um aerossol.

“Não é só vapor de água, já foram detectadas mais de 80 substâncias químicas nesse ‘vapor’ que o cigarro eletrônico libera. Então, para aquecer o filamento, onde fica embebido o líquido, no filamento existem metais como níquel, cromo, latão e outros. Então, se sabe que, quando o fumante de cigarro eletrônico usa esses produtos, ele está inalando níquel, por exemplo”, enfatiza Paulo César Corrêa, coordenador da Comissão de Tabagismo da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.

Uma combinação que, segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia, traz riscos maiores à saúde que o cigarro tradicional, podendo levar a complicações cardiovasculares e pulmonares.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos já alertou que o uso do cigarro eletrônico pode comprometer o desenvolvimento do cérebro dos mais jovens. No Brasil, a Anvisa, que é responsável pela regulamentação de produtos desse tipo, tem coletado dados técnicos e científicos sobre os dispositivos eletrônicos para fumar que devem servir de base para decisões futuras.

Recentemente, os cantores Zé Neto e Solange Almeida vieram a público revelar os problemas de saúde que tiveram, segundo eles, depois do uso do cigarro eletrônico.

“Está tudo bem. Realmente passei por um problema sério no pulmão, inclusive dou o alerta, porque é um cigarro como qualquer outro e faz mal”, disse o cantor Zé Neto.

O empresário Victor Lemos Rocha, de 27 anos, ficou uma semana internado, atendido pela médica pneumologista Maria Cecília Maiorano de Nucci.

“Sem nenhuma doença de base, ele acabou indo parar na UTI por conta do uso do cigarro eletrônico. Além da inflamação pulmonar, ele acabou tendo uma complicação, porque houve um pequeno furinho no pulmão, e isso pode ter consequências muito sérias”, diz a pneumologista.

“Eu sinto que ele [pulmão] não está no seu trabalho 100%. Às vezes, é uma coisa que a gente não aposta muito que pode dar algum problema e aí literalmente é pagar para ver, e quando a gente paga para ver vem o outro lado”, conta Victor.

“Felizmente, ele acabou tendo uma boa evolução, um bom desfecho. Ficou com muito medo do que aconteceu e não voltou a usar o cigarro eletrônico”, destaca a médica.

A Anvisa afirmou que é responsável fiscalizar as vendas on-line dos cigarros, em conjunto com as vigilâncias sanitárias, e que a venda em lojas físicas pode ser denunciada para a Vigilância Sanitária do município. Com informações G1/ Foto: https://lider.inc

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