Vítima de estupro coletivo diz que foi desrespeitada ao depor na delegacia

Em entrevista ao programa Fantástico, da Rede Globo, neste domingo (29/5), a jovem vítima de estupro coletivo no Rio de Janeiro disse que foi desrespeitada ao prestar depoimento na delegacia. Ela afirmou que não foi bem tratada pelo delegado, que fez perguntas constrangedoras. “Quando fui à delegacia não me senti à vontade em nenhum momento. Tentaram me incriminar, como se eu tivesse culpa por ter sido estuprada”, disse a jovem. O delegado teria perguntado se ela tinha costume de praticar o ato e se ela gostava disso.

Sobre a violência sexual, ela afirmou que não havia se drogado naquela noite e acredita que foi dopada – a adolescente acordou quando ainda estava sendo abusada. Ela afirmou que não iria contar a ninguém sobre o crime, porque estava com vergonha.

A jovem também disse estar incomodada com a repercussão do caso e que recebeu ameaças de morte pelas redes sociais. Ela ainda desmentiu fotos com armas, vídeos e áudios diversos que circulam na internet e que não seriam dela, e agradeceu ao apoio de quem acreditou em sua palavra e se solidarizou com o caso denunciando-o. Segundo a reportagem, o chefe da Polícia Civil do Rio disse que a conduta do delegado será apurada
A Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV) assumiu a coordenação das investigações. “A medida visa evidenciar o caráter protetivo à menor vítima na condução da investigação, bem como afastar futuros questionamentos de parcialidade no trabalho”, explica o comunicado da Polícia Civil.

A investigação passa a ser conduzida pela delegada Cristiana Bento, no lugar de Alessandro Thiers, titular da Delegação de Repressão aos Crimes de Informação (DRCI). A mudança atende ao pedido da advogada da vítima, Eloísa Samy, que recorreu à Justiça do Rio e ao Ministério Público com o argumento de que a adolescente foi intimidada pelo delegado durante os depoimentos prestados na sexta-feira (27/5).

Fonte: Correio Brasiliense

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