Vitória do Mearim: caso Irialdo Batalha completa um ano

Exatamente hoje, 28 de Maio completa um ano do caso Irialdo Batalha que foi morto em uma blitz da polícia militar em Vitória do Mearim, quando tentavam prender marginais que tenham feito vários assaltos na cidade.

Após a abordagem Irialdo e o seu amigo Diego Ferreira que pilotava a moto, não conseguiram parar por problemas mecânicos, como foi descrito em depoimento à justiça. Ao invés de empreender perseguição os policias atiraram atingindo os dois. Irialdo com mais gravidade caio e ficou agonizando no chão, quando de maneira brutal, cruel, e covarde foi executado com dois disparos a queima roupa pelo vigilante Luis calos, que fazia parte da equipe comandada pelo sargento Miguel. Segundo informações, os envolvidos no caso estão presos aguardando julgamento.

As famílias das vitimas reclamam da falta de assistência do estado que nem um acompanhamento psicológico disponibilizou para as famílias das vitimas. Hoje Diego Ferreira ficou com uma seqüela no pé que foi atingido por um dos disparos.

Relembre o caso.

Um homem foi assassinado com tiros na cabeça na frente de dezenas de pessoas, em via pública, no município de Vitória do Mearim, localizado a 180 km de São Luís. O crime aconteceu na tarde desta quinta-feira (28), nas proximidades da Praça Nossa Senhora de Nazaré.

No vídeo, um homem de camisa vermelha e bermuda jeans agonizando no acostamento da estrada após ter sido baleado. As pessoas ao redor se perguntam se ele está vivo ou não e constatam que o indivíduo ainda estava respirando.

De repente, surge um homem de calça militar e bota preta e pisa na cabeça da vítima de modo hostil, verificando se ele estava morto ou não. Instantes depois, ele saca uma pistola e dispara duas vezes, a queima roupa, na cabeça da vítima.

Até o momento, não se sabe se o executor é um policial, um vigilante ou um soldado do exército. Segundo a polícia, o indivíduo seria um vigilante.

Uma das versões do caso, a vítima teria fugido de uma blitz policial e foi baleado durante uma perseguição. Foi então que apareceu o indivíduo armado e executou a vítima. Ele fugiu logo após cometer o crime e não foi identificado por nenhum morador da região. O caso ainda precisa ser esclarecido pela polícia.

Leia o depoimento emocionado de Diego ferreira

Hoje, 28 de Maio de 2016…hoje, exatamente hoje, um ano de sobrevivência. Um ano sem Irialdo Batalha, um ano de dor e sofrimento tanto para a mim, minha família e a família de Irialdo. Eu sobrevivi a uma tragédia que levou meu amigo Irialdo Batalha e matou metade de mim. Eu sobrevivi, mas não sou o mesmo Diego de antes. Naquela tarde de 28 de maio de 2015, aquela tragédia marcou minha vida para sempre. Nunca pensávamos que ao chegar naquela curva nossas vidas tomasse rumosdiferentes, não esperávamos encontrar ali três monstros despreparados, com o coração cheio de ódio e uma vontade louca de exterminar com alguém. Três monstros incompetentes. Fomos abordados de forma cruel sem nenhum chance de defesa. Não vou entrar em detalhes para poupar sofrimentos. Irialdo Batalha, enquanto eu estiver vivo vou defender nossa honra. Vou lutar para limpar nossa imagem. Somos inocentes. Você se foi de uma forma tão cruel e desumana. Os verdadeiros culpados serão punidos pelo crime que cometeram conosco. Somos inocentes… É muita dor. É muito sofrimento. Um ano aguardando que a justiça seja feita. Não é nada fácil deitar a cabeça no travesseiro e rever toda aquela cena, não por peso de consciência e sim porque sou humano. Não sofro de amnésia. Toda aquela cena se repete dia após dia. Todo terror daquele fim de tarde. Só Deus dará resposta para tudo que aconteceu. Só sei dizer que o que aconteceu conosco não tinha nada a ver com o que aqueles monstros fardados procuravam. Não tem sido fácil eu sair na rua e alguém me encarar com olhar acusador. Deus me conhece. Eu tenho Deus na minha vida. Eu tenho fé. Eu tenho esperanças de dias melhores para mim e para a família de Irialdo Batalha. Porque sem fé e sem esperança não tem sentido a vida. Eu não tenho desejo de vingança, meu desejo é de justiça. Não é fácil ser forte, quando tudo dentro da gente parece desmoronar. Não me julgue. Não me aponte o dedo acusador. Você não sabe da minha dor e dos meus sentimentos. Minhas orações todos os dias é para que Deus conforte o coração de todos nós, sabendo que Ele nunca nos dar uma cruz que não possamos carregar. Agradeço a solidariedade de amigos e vizinhos e especialmente à minha família pela força e ombro amigo.

Fonte: Amaury Marques

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