‘Intolerância Religiosa’ divide opinião de estudantes do Maranhão

Robert OliveiraDo G1 MA

324.125 mil inscritos fazem o exame no Maranhão ´neste sábado e domingo (Foto: Flora Dolores/O Estado)Tema de redação dividiu opiniões entre candidatos do Maranhão (Foto: Flora Dolores/O Estado)

Considerada por muitos estudantes como a etapa mais difícil do Enem, o segundo dia de provas é mais longo e cansativo. Isso porque, além das 90 questões de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e Matemática, os candidatos precisam passar pela temida prova de redação.

 O tema da redação do Enem deste ano foi “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”. Longe de ser uma unanimidade, o tema dividiu opiniões entre os estudantes do Maranhão.

O estudante Alessandro Borges, de 19 anos, revelou que teve dificuldades na hora de fazer a redação, por conta da polêmica que o tema traz. Segundo ele, na hora de escrever, as pessoas precisam se despir de pré-conceitos para ser justo.

“Eu achei o tema importante de alta relevância, por ser uma questão cotidiana, muito debatida. Mas é por ser de tão alta relevância que pode se tornar um problema, pois as pessoas também têm um posicionamento religioso, uma certa opinião sobre isso. Eu tive dificuldade na conclusão, porque na hora de propor uma intervenção você precisa se despir de todos os seus pré-conceitos, de toda sua vivência, para que você possa escrever de uma forma mais justa”, relatou.

Estudante Camilla Lima afirma que gostou do tema intolerância religiosa (Foto: Charles Lisboa)
Estudante Camilla Lima afirma que gostou do tema
intolerância religiosa (Foto: Charles Lisboa)

Para a estudante Camilla Lima, o tema foi ótimo porque permitiu que fosse discutido um tema tão relevante. Ela afirmou que, por ser um tema polêmico, a desenvoltura poderia ficar comprometida, mas garante que não foi o caso dela. “Gostei muito porque foi uma oportunidade de falar sobre esse tema. Minha preocupação foi não infringir os direitos humanos e debater de forma clara”, disse.

A estudante Emyla Mayara contou que o tema da redação foi interessante, pois viabilizou uma discussão mais aberta sobre o assunto. “A intolerância passa muito no jornal, principalmente quanto às discriminações e mortes por conta das crenças religiosas. Eu gostei do tema porque viabilizou uma discussão mais aberta sobre o assunto”. Sobre seu desempenho na redação, Emyla disse que foi “escrevendo as ideias e só faltava escolher as palavras certas para escrever, mas eu acho que fui bem”.

Já o estudante Lucas Moraes de Sousa, de 21 anos, disse não gostar muito do tema. “Eu sinceramente não gostei muito do tema. É algo que pode, facilmente, descambar para o senso comum, para a polêmica. Não é o momento para esse tema”, posicionou-se.

Quando fecharam-se os portões em todo o Brasil, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou o tema da redação na internet e gerou muita polêmica nas redes sociais.

Primeiro dia
No Maranhão, 324.125 candidatos fizeram o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), neste fim de semana. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), o estado tem 327.801 inscritos, mas 3.676 foram prejudicados por conta das ocupações em locais que seriam utilizados para a realização das provas. Este grupo fará o exame nos dias 3 e 4 de dezembro.

As provas começam às 12h30 (horário local). Os portões ficarão abertos das 11h às 12h. O candidato deve levar apenas caneta preta com corpo transparente e portar também documentos oficiais de identificação como a CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e/ou RG (Registro Geral).

No sábado (5), o tempo para cada candidato são 4h30 para resolução das questões sobre ciências humanas e ciências da natureza. Domingo (6), além de matemática e português, tem ainda redação, por isso são 5h30 de duração neste dia. Por encarar esta maratona, o MEC autoriza que o candidato leve alguns tipos de comida e bebida para a sala.

Ocupações
No Maranhão, dos 904 locais de prova, seis não vão mais receber candidatos neste fim de semana, por conta das ocupações. A Universidade Federal do Maranhão, em Grajaú; o Centro de Estudos Superiores (CESI-UEMA), em Imperatriz; o IFMA, em Pinheiro, e a Universidade Federal do Maranhão, em São Bernardo. O Colégio Universitário (Colun), em São Luís, foi incluído de última hora também na relação de locais vetados.

Prédio do Cintra é ocupados por estudantes secundaristas em São Luís (Foto: Mário Perna/UESMA)Estudantes secundaristas ocupam prédios escolares em reação à PEC 241 (Foto: Mário Perna/UESMA)

Outro local que foi retirado da lista pelo MEC foi a Unidade Escolar Agostinho Ramalho Marques, contudo a Prefeitura de Pinheiro, por meio de nota, informou que a escola nunca foi ocupada e causou surpresa a divulgação do prédio como vetado por conta disso.

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