Os procuradores da força-tarefa da Cui Bono, operação que investiga se Geddel Vieira Lima cometeu desvios na Caixa Econômica Federal, afirmaram que as novas provas contra o ex-ministro demonstram que suas restrições de liberdade, impostas pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, não impediram o cometimento de crimes. E que ele cometeu crimes em série.
Os procuradores dizem que Geddel é “criminoso habitual, em série (“serial criminal”). Esse foi um dos argumentos para endossar o pedido de prisão preventiva feito pela Polícia Federal.
Na petição enviada a Justiça Federal em Brasília , o Ministério Público destaca a proximidade da casa de Geddel, onde ele cumpria prisão domiciliar, e a falta de monitoramento eletrônico, facilitavam o deslocamento do ex-ministro.
“Por oportuno, registre-se que o local onde os valores foram achados se encontra a cerca de 1 quilômetro (a pé) do residencial em que cumpre prisão domiciliar Geddel, proximidade que permite que o deslocamento entre as duas localidades, envolvendo altíssimos valores, seja feito sem maiores imprevistos”, diz o documento
O juiz Vallisney de Oliveira, que autorizou a 4ª fase da operação Cui Bono, também falou sobre a continuidade delitiva de Geddel. Disse que o ex-ministro “de modo que reitera na atividade delituosa de lavagem de capitais e outros delitos de forma sorrateira, em estado de permanência, pois os valores estavam ocultos em um apartamento cuja finalidade era exclusivamente para guardá-los”.
Prisão
Geddel foi preso preventivamente (sem prazo determinado) no início da manhã desta sexta (8), por volta das 7h. A prisão foi determinada pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira.
O pedido de prisão foi apresentado pela PF e, posteriormente, acabou endossado pelo MPF. O argumento dos investigadores para solicitar que o ex-ministro retorne para a cadeia é o eventual risco de “destruição de elementos de provas imprescindíveis à elucidação dos fatos”.
Além disso, o juíz que pediu a prisão disse em documento que o exame pericial feito no valor encontrado em um banker em Salvador, mais de R$ 51 milhões, identificou fragmentos de impressões digitais do ex-ministro.