Diante da repercussão negativa tanto na imprensa nacional como internacional, assessores do presidente Jair Bolsonaro buscaram tentar justificar o cancelamento da entrevista coletiva que, segundo a organização do Fórum Econômico Mundial, seria concedida por ele e ministros em Davos, na Suíça.

Eles atribuíram a decisão à “agenda extensa” e à “necessidade de o presidente descansar” por causa da cirurgia programada para a próxima segunda-feira (28).

O cenário da entrevista estava montado, com placas de identificação indicando a presença do presidente e dos ministros Paulo Guedes (Economia), Sergio Moro (Justiça) e Ernesto Araújo (Relações Exteriores).

Depois, houve a informação de que Bolsonaro não participaria. Por fim, foi anunciado o cancelamento.

Chegou a circular a informação de que o motivo do cancelamento seria uma irritação do presidente com a insistência da imprensa brasileira em abordá-lo durante deslocamentos pelo fórum para que desse declarações aos jornalistas do Brasil, depois de ele ter concedido entrevistas para dois veículos da imprensa internacional.

O ministro Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) negou essa informação, atribuindo o cancelamento à agenda extensa e a proximidade da cirurgia para reversão da colostomia.

“A programação está puxada e ele tinha uma reunião com o primeiro-ministro japonês no hotel. Então, decidiu cancelar para que descansasse um pouquinho”, afirmou o ministro.

Os mesmos argumentos foram apresentados pela equipe de imprensa que acompanha o presidente em Davos.

Um assessor destacou que a “agenda está pesada” e o presidente “opera na segunda-feira e tem de se poupar na medida do possível”.

Nos bastidores, a informação era que o presidente queria fazer apenas um pronunciamento e não conceder uma entrevista. E que o cenário montado, com três ministros a seu lado, acabaria levando a perguntas da parte de jornalistas.

Com a decisão de Bolsonaro de não participar da conversa com os jornalistas, os ministros também cancelaram a presença.

Antes de viajar para Davos, a equipe de Bolsonaro estava preocupada com a possibilidade de as entrevistas no Fórum Econômico Mundial se concentrarem em temas internos, como as investigações envolvendo o senador eleito Flávio Bolsonaro e seu ex-assessor Fabrício Queiroz.

Em entrevista à Bloomberg, Bolsonaro acabou comentando o assunto. Disse que, se o seu filho errou, ele teria de pagar pelos erros. O risco, na avaliação de assessores, era que a entrevista desta quarta-feira (23) fosse dominada pelo tema.Com informações Osvaldo Cruz

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