O presidente Michel Temer deixou claro que não vai demitir nenhum dos oito ministros alvos de inquéritos por terem sido citados nas delações da Odebrecht na Lava Jato.A avaliação no Palácio do Planalto é que uma saída em massa prejudicaria ainda mais o governo, num momento em que a ordem é tentar aprovar a agenda de reformas no Congresso.

“Temer decidiu que não vai demitir ninguém”, disse ao Blog um interlocutor do presidente.

Há cerca de um mês, Temer chegou a criar uma espécie de “protocolo”, segundo o qual ministro citado em delação só deixará o governo se for denunciado pelo Ministério Público e virar réu na Lava Jato.

Os oito ministros alvos de inquéritos são: Eliseu Padilha (PMDB; Casa Civil); Moreira Franco (PMDB; Secretaria-Geral); Gilberto Kassab (PSD; Ciência, Tecnologia e Comunicações); Bruno de Araújo (PSDB; Cidades); Aloysio Nunes (PSDB; Relações Exteriores); Marcos Pereira (PRB; Indústria e Comércio Exterior); Blairo Maggi (PP; Agricultura); Helder Barbalho (PMDB; Integração).

Todos os ministros negam envolvimento em irregularidades.

Deputado defende saída de ministros

Ao Blog, o deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) defendeu que os ministros citados deixem os cargos.

Para Miro Teixeira, a decisão de deixar o governo precisaria partir dos próprios ministros.

“Isso não vai acontecer. Temer vai seguir a regra que criou. Demissão só depois que o ministro virar réu”, reforçou um auxiliar de Temer.