A Polícia Civil do Maranhão, em parceria com o Ministério Público do Maranhão (MPMA) deu cumprimento ao mandado de prisão preventiva do vereador do município de Vitória do Mearim, Oziel Gomes da Silva.

Ele responde pelos crimes de corrupção, associação criminosa e comércio ilegal de armas e munições. A prisão foi realizada em Vitória do Mearim e, em seguida, Oziel foi encaminhado para o Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís.

Na operação que investiga os crimes de corrupção passiva e associação criminosa em Vitória do Mearim, o vereador já havia sido preso e afastado do cargo, com prejuízo na remuneração. Contudo, em nova operação da Superintendência de Combate à Corrupção, Oziel foi preso novamente.

No inicio do mês, quando foi preso com outros vereadores, Oziel havia sido liberado 10 dias depois. Dessa vez, o juiz do caso entendeu que o perigo está em relação ao comércio ilegal, de acordo com os áudios capturados do seu aparelho telefônico, onde fica claro que ele realizava comércio ilegal de munição para “ciganos” que residem no município de Miranda do Norte.

O caso de corrupção passiva e associação criminosa

Além dele, outros sete vereadores também são investigados pelo crime de corrupção passiva e associação criminosa: George Maciel da Paz, que é o Presidente da Câmara Municipal, Hélio Wagner Rodrigues Silva, Marcelo Silva Brito (Marcelo da Colônia), Mauro Rogério (Nego Mauro), José Mourão Martins, Benoa Marcos Rodrigues Pacheco (Bena) e Raimundo Nonato Costa da Silva (Nonato do Chelo).

De acordo com as informações apuradas, os vereadores citados teriam solicitado uma vantagem financeira a Almir Coelho Sobrinho em troca do arquivamento da CPI que investiga sua esposa, a prefeita Dídima Maria Corrêa.

Almir ocupa o cargo de secretário-Chefe da Assessoria de Gabinete da Prefeita e, durante seus depoimentos, apresentou gravações de conversas com os vereadores que tentavam chegar a um consenso sobre o valor a ser pago.

Enquanto os outros citados se uniram para pedir o pagamento de R$320.000,00, parcelado em duas vezes, garantindo a maioria dos votos contra a CPI; o Vereador Bena pediu para si a quantia de R$100.000,00 com o mesmo propósito.

George, Hélio, Marcelo, Mauro, José Mourão, Raimundo Nonato e Oziel formavam o “Grupo dos 7” e, de acordo com os áudios, receberiam uma parcela de R$10.000,00 e a outra de R$20.000,00. Contudo, havia ainda um ajuste entre George, Hélio e Oziel para que estes recebessem R$70.000,00 cada, sem que os demais soubessem.

De acordo com o depoimento de Almir Coelho Sobrinho, somado às demais provas até então produzidas, havia um plano paralelo entre os vereadores para afastar a gestora, a fim de que a vice assumisse e pudesse sacar a quantia correspondente aos royalties da mineração destinados ao Município de Vitória do Mearim, totalizando aproximadamente R$2.200.000,00 para, em seguida, dividir entre eles.

Evidenciando a existência desse plano, os vereadores aprovaram, sem observar o procedimento legislativo e em sessão extraordinária, a Proposta de Emenda à Lei Orgânica, possibilitando o afastamento do Prefeito em razão do início do procedimento para apurar crimes de responsabilidade pela Câmara Municipal, na mesma data em que Almir Coelho Sobrinho se negou a efetuar o pagamento dos valores solicitados, encerrando as negociações entre eles.

Foram alvos das medidas cautelares de busca e apreensão em suas residências e de prisão temporária os Vereadores Hélio Wagner Rodrigues Silva, Oziel Gomes da Silva, Mauro Rogério Pires, José Mourão Martins e Benoa Marcos Rodrigues Pacheco. Em relação aos Vereadores George Maciel da Paz, Marcelo Silva Brito e Raimundo Nonato Costa da Silva, foram cumpridos apenas mandados de busca e apreensão.

Com informações oimparcial